No mesmo dia, 08 de janeiro do ano passado, homens, mulheres e crianças caminharam em direção à Praça dos Três Poderes sem antever que a manifestação, até então pacífica, perderia o controle, se transformaria em tumulto generalizado e serviria, ao mesmo tempo, como mote para: uma narrativa alimentada por um consórcio de imprensa ávido; uma oportunidade de retaliação para um judiciário cada vez mais autoritário e politizado; e também de uma justificativa perfeita para perseguir opositores do governo petista e “derrotar o Bolsonarismo”.
“Derrotamos o Bolsonarismo”, afirmou o ex-presidente do TSE e atual presidente do STF, Ministro Barroso. Esta declaração foi proferida em um evento da UNE para estudantes em julho de 2023, sete meses após o fatídico 08 de janeiro. Enquanto o ministro supremo confessava abertamente ter trabalhado para derrotar uma ideologia política, mais de 1 mil pessoas permaneciam detidas em Brasília, acusadas de serem “bolsonaristas que buscaram um golpe de estado e atentaram contra a democracia”.
Um fato curioso se destaca: sem armas, exército, organização ou veículos, apenas marchando trajando verde e amarelo. Estes seriam os antidemocráticos que, na visão dos ministros supremos, teriam planejado um golpe de estado.
A imprensa, de forma habitual, até hoje retrata esse evento como um ato terrorista, mesmo a lei antiterrorismo deixando claro que os manifestantes detidos não cometeram tal crime. Essa narrativa foi habilmente construída para dar maior respaldo às decisões unilaterais do Ministro Alexandre de Moraes, totalizando 6 mil deliberações.
Rotular como terroristas indivíduos que não o são foi usado como narrativa e pretexto para que a imprensa, o judiciário e o governo de Lula infundissem medo na população, que desde então evita se manifestar.
Não há motivo para comemorar o que ocorreu no domingo, 08 de janeiro; mais de 2 mil pessoas presas, sendo que 66 ainda permanecem encarceradas. A manifestação desordenada de um grupo sem organização, que danificou o patrimônio público, apenas forneceu mais munição a um sistema habituado a perseguir seus opositores.
Aquele grupo de homens, mulheres e crianças vestidos de verde e amarelo certamente não previu que suas ações amadoras serviriam de catalisador para o fervor que arde dentro de cada ministro do STF, uma munição para suas decisões de retaliação, e o combustível necessário para o governo petista “incendiar” seus opositores.
