O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, que regulamenta o IBS e a CBS na reforma tributária. Ele destacou que “a picanha virou pé de galinha e a cerveja terá mais impostos”.
Os comentários do parlamentar estão em um artigo dele, que foi publicado no portal Gazeta do Povo. Ele protestou contra o aumento de impostos para os brasileiros e afirmou que “se hoje temos um governo que aumenta suas despesas e entrega as contas públicas no vermelho, não é de se esperar que a conta chegue no colo da população”.
Nikolas disse ainda que “o governo Lula se preocupou mais em falar sobre eliminar valores dos benefícios sociais do que suprimir despesas”.
A declaração de Ferreira sobre pé de galinha se deve ao fato de o presidente Lula (PT) ter dito, no fim de junho, que “tem carne que é consumida só por gente de padrão alto e tem a carne que o povo consome todo dia – pé de frango, pescoço de frango, peito de frango”.
– Nós estamos discutindo várias coisas. Vamos discutir na reforma tributária quais os itens que a gente quer que não pague imposto e quais a gente quer. Na questão da carne, os empresários querem que você isente tudo. Acho que a gente tem que mediar. Tem a carne que é consumida só por gente de padrão alto e tem a carne que o povo consome todo dia – pé de frango, pescoço de frango, peito de frango. Pode fazer a separação. Não vamos taxar o frango, é o que o povo come todo dia – falou o petista durante uma entrevista concedida ao UOL, na época.
Durante campanha, em 2022, Lula falou que os brasileiros voltariam a comer picanha e tomar cerveja.
PREÇO MÉDIO DA PICANHA FICOU MAIS CARO
O preço médio do quilo da picanha subiu 2,45% no primeiro semestre deste ano e atingiu a marca de R$ 71. O dado é de um levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA) que foi divulgado pelo site Poder360 nesta segunda-feira (15).
De acordo com o levantamento, o valor do quilo do corte em 2023 era de R$ 69,30, o que significa que o salário mínimo vigente durante a maior parte do ano passado – de R$ 1.320 – permitia que os brasileiros adquirissem 19,1 quilos de picanha. No primeiro semestre deste ano, esse número teve uma leve alta e chegou a 19,9 quilos.
O melhor resultado da série histórica do IEA, no entanto, foi em 2019, o primeiro ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ainda sem o impacto da pandemia na economia, os brasileiros poderiam adquirir cerca de 23 quilos de picanha em uma época em que o salário mínimo estava em R$ 998 e o preço do corte da carne era de R$ 43,50.
REFORMA TRIBUTÁRIA E A CARNE
As discussões sobre o preço da carne voltaram a acontecer nos últimos dias após a Câmara dos Deputados aprovar o principal texto de regulamentação da reforma tributária do consumo. Durante as deliberações, foi aprovado um destaque do Partido Liberal (PL) que determinou alíquota zero para as proteínas animais.
Após a votação, deputados de esquerda e ligados ao governo tentaram enaltecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela isenção do imposto da carne. No entanto, o que foi ocultado é que o próprio Ministério da Fazenda tentou barrar essa proposta, mas acabou não conseguindo.