Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “Dama do Tráfico amazonense”, anunciou que retirou sua candidatura para integrar o Comitê Estadual para a Prevenção e Combate à Tortura. Como mostrou Oeste, na sexta-feira 17, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) já havia recomendado o afastamento de Luciane do cargo.
“Diante dos últimos acontecimentos que violam meu Direito Constitucional à presunção de inocência e transferem para minha pessoa a condenação de terceiros, tenho por bem, buscando a conciliação de todos os membros desse comitê”, publicou Luciane nas redes sociais. “Para evitar atos que atinjam aqueles que precisam do trabalho realizado nesse comitê, decido retirar minha candidatura ao cargo de membro pela Associação Instituto Liberdade do Amazonas.”
Conforme o MP-AM, a “Dama do Tráfico” não preenche os requisitos para integrar o grupo, uma vez que possui “condenação criminal em segunda instância, proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas”. No documento, o órgão concedeu cinco dias para que a presidência do comitê tome as providências para o desligamento de Luciane.
Luciane é casada há 11 anos com Clemilson dos Santos Farias, o “Tio Patinhas”, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas. “Tio Patinhas”, que chegou a figurar no topo da lista de procurados pela polícia amazonense, foi preso em dezembro do ano passado. Condenado a 31 anos de prisão, ele cumpre pena no presídio de Tefé (AM).
A ONG Associação Liberdade do Amazonas, presidida por Luciene, diz atuar em trabalhos voltados para o sistema prisional, em busca dos direitos fundamentais e humanos.
Natividade Maia, presidente interina do comitê, disse à emissora CNN Brasil que não sabia que Luciane era casada com o líder do Comando Vermelho no AM. Ela explicou ainda que a “Dama do Tráfico” era representante da sociedade civil no referido comitê, sendo escolhida por meio de um processo eleitoral.