Um dos alimentos básicos na dieta brasileira, o preço do arroz registrou um aumento de 16% em 2023, de acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
O cenário no Brasil segue uma tendência global: o preço do produto atingiu o maior nível em 15 anos no último mês de agosto, com um aumento de 9,8% em apenas um mês, conforme dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
A Índia, que é responsável por 40% da produção mundial de arroz, é apontada como a principal causa desse cenário, após ter implementado restrições às exportações em julho.
Enquanto isso, no Brasil, as chuvas e ciclones que afetaram o Rio Grande do Sul nos últimos meses, a maior região produtora de arroz do país, prejudicaram a colheita e atrasaram o plantio da próxima safra.
A pressão de alta nos preços colocará à prova a promessa do presidente Lula de intervir no mercado, quando necessário, para estabelecer reservas reguladoras e controlar os preços dos alimentos – uma estratégia que até agora não obteve sucesso.
Em outubro de 2022, Lula afirmou: “A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) desempenhou um papel crucial durante meu governo, pois através dela mantínhamos um estoque regulador. Quando os preços do feijão estavam subindo demais, colocávamos o produto no mercado para reduzir os custos. Vamos continuar fazendo isso.”
No entanto, o feijão preto recentemente atingiu preços recordes, chegando a cerca de R$ 400 por saca para o produto de alta qualidade importado da Argentina. Para o feijão nacional, de qualidade inferior devido ao excesso de umidade, o preço da saca ficou entre R$ 350 e R$ 370. No caso do arroz, as cotações internacionais atingiram os níveis mais elevados dos últimos 15 anos, fazendo com que o preço da saca se aproximasse de R$ 140 no Rio Grande do Sul, o maior produtor do país. No Mato Grosso, as cotações variam entre R$ 160 e R$ 170 por saca, um valor histórico, acima dos preços da soja.