O ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu com representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) na manhã de quinta-feira (13/2) para relatar suas acusações contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O encontro ocorreu em Brasília e contou com a presença do advogado colombiano Pedro Vaca Villarreal, relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Durante a reunião, Bolsonaro reforçou sua tese de que Moraes estaria conduzindo inquéritos de maneira arbitrária, realizando “pesca probatória” e ordenando prisões sem denúncias formalizadas. O ex-presidente afirmou que há perseguição política contra opositores do governo e que essas ações seriam concretizadas por meio dos inquéritos do STF. Bolsonaro saiu confiante do encontro, declarando que Vaca Villarreal demonstrou interesse em suas declarações e prometeu elaborar um relatório imparcial sobre a situação brasileira.
A visita da OEA ao Brasil deve resultar em um relatório detalhado sobre a atuação de Moraes, o que pode gerar desconforto ao ministro. O principal financiador da OEA é o governo dos Estados Unidos, que, sob a administração de Donald Trump, mantém relação próxima com Bolsonaro e conta com desafetos de Moraes, como Elon Musk e Jason Miller. A OEA, que depende do financiamento norte-americano, pode elaborar um relatório com forte impacto político.
Em entrevista ao Metrópoles, Vaca Villarreal afirmou estar impressionado com o tom das denúncias feitas por deputados, senadores e manifestantes contrários a Moraes. Entre os casos que mais chamaram atenção, está o de Cleriston Pereira da Cunha, manifestante preso após os atos de 8 de Janeiro, que faleceu na Penitenciária da Papuda após ter pedidos médicos ignorados pelo STF.
Antes de ouvir Bolsonaro, a comitiva da OEA se reuniu com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e com o próprio Alexandre de Moraes. Agora, a expectativa recai sobre o relatório final da OEA, que pode variar entre causar um leve desconforto ou uma grande crise política para Moraes e o STF.