Campo Grande foi a capital brasileira que mais sofreu com a inflação dos alimentos em 2024, conforme dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação no setor atingiu 11,3%, superando a média nacional de 8,23%.
A principal causa do aumento foi a elevação dos preços da carne bovina, impulsionada pela maior demanda interna e externa, além de fatores climáticos como estiagem e queimadas, que afetaram a produção de pastagens.
Outras capitais também apresentaram inflação elevada nos alimentos, com Goiânia (10,65%) e São Paulo (10,07%) ocupando o segundo e terceiro lugares, respectivamente. Em contrapartida, Porto Alegre registrou a menor alta (2,89%), beneficiada pela maior oferta de produtos devido às ajudas recebidas após as enchentes de maio.
Cesta básica também pesa no bolso do campo-grandense
O custo da cesta básica em Campo Grande foi um dos mais altos entre as capitais brasileiras, alcançando R$ 770,35 em 2024, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O valor corresponde a 58,98% do salário mínimo, enquanto o custo da cesta para uma família de quatro pessoas chegou a R$ 2.311,05.
A jornada de trabalho necessária para adquirir os itens essenciais também aumentou, exigindo 120 horas e 2 minutos em dezembro. Os produtos que mais impactaram os consumidores foram o café em pó (58,69%), óleo de soja (39,31%) e carne bovina (29,90%).
Por outro lado, alguns produtos tiveram retração nos preços, como tomate (-7,93%), banana (-2,50%), leite de caixinha (-2,27%), manteiga (-0,60%) e feijão carioca (-3,39%), trazendo um pequeno alívio ao orçamento dos consumidores.
Com o peso da inflação nos alimentos e a cesta básica comprometendo grande parte da renda dos trabalhadores, o governo federal estuda medidas para conter a alta dos preços e minimizar os impactos sobre a população.