Sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o grupo Globo, em pouco mais de seis meses do terceiro mandato do petista, recebeu ao menos R$ 54,4 milhões da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República e de ministérios, para veiculação de propagandas.
Do total, cerca de R$ 9 milhões foram para anúncios veiculados durante o Jornal Nacional, o principal telejornal da emissora.
A Globo tem sido, ao longo das décadas, a emissora de TV brasileira de maior audiência, mas perdeu muita credibilidade com o governo anterior, muito em razão do alinhamento da empresa com a agenda petista.
Por mais que muitos estejam dizendo que o governo atual está favorecendo a emissora aliada, em nota a comunicação da Globo disse entender que “as verbas publicitárias públicas seguem critérios técnicos observados pelos órgãos federais”.
A emissora havia recebido valores similares aos principais concorrentes durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com ligeira vantagem para a Record, segundo os dados divulgados pela Secom.
Em quatro anos, os veículos da Record receberam cerca de R$ 200 milhões por campanhas publicitárias realizadas sob Bolsonaro, pela Secom e ministérios. As informações foram apuradas pela Folha de São Paulo.
Na época, o Grupo Globo recebeu R$ 189 milhões, enquanto o SBT recebeu R$ 169,35 milhões. Os valores são nominais (sem ajuste pela inflação). Contudo, na atual gestão, o portal R7, que ganhou ao menos R$ 8,4 milhões da gestão passada, não tem pagamentos registrados até aqui, enquanto o site da Globo já recebeu ao menos R$ 394,5 mil.
Contudo, na última quinta-feira (20), por exemplo, ela marcou 13,8 pontos, em média, na Grande São Paulo, de acordo com informações do site Notícias da TV, do UOL. A Record alcançou 5,7 pontos, o SBT 3,0 pontos e a Band, 2,1 pontos. Cada ponto equivale a 70.953 domicílios na Grande São Paulo.
Os dados da Secom e de ministérios ainda mostram mudança de critérios de publicidade em jornais. Esses órgãos voltaram a anunciar na Folha (R$ 352,9 mil), O Globo (R$ 398,9 mil) e O Estado de S. Paulo (R$ 206,8 mil). Os três veículos não haviam sido incluídos em planos de mídia federais de 2020 a 2022.
Praticamente toda a verba direcionada ao grupo Globo teve como destino as emissoras de TVs do grupo.
Questionada sobre a divisão dos recursos de publicidade, a Secom disse que “os grupos mencionados” têm números diferentes de veículos e que o portal de despesas está “em constante atualização”, mas não exolicou qual critério utiliza para direcionar os recursos de TV.
A Secom afirmou apenas que “não são arrazoados os comparativos feitos pela Folha” e que usa “normativos e estudos técnicos apresentados pelas agências” como critérios. “Tais como: audiência, segmento e cobertura”.
Segundo a Folha, os dados foram extraídos do portal de planejamento de mídia do governo federal, que mostra valores pagos em ações de publicidade já realizadas pela Secom e outros órgãos do governo federal. Mesmo após pedidos baseados na Lei de Acesso à Informação, a destinação final dessas cifras é mantida em sigilo.
As informações disponíveis sobre campanhas da gestão Lula somam cerca de R$ 120 milhões nesses seis meses.