A mais recente pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta quarta-feira (14), escancara um colapso na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em apenas dois meses, a avaliação positiva do governo desabou de 35% para 24%, registrando o pior índice de todos os seus mandatos. Ao mesmo tempo, a reprovação disparou de 34% para 41%, refletindo um desgaste acelerado da imagem do petista.
O levantamento, realizado nos dias 10 e 11 de fevereiro com 2.007 eleitores em 113 cidades brasileiras, confirma uma tendência preocupante para o Planalto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, mas o recado das ruas é claro: a insatisfação cresce rapidamente.
A derrocada na popularidade de Lula ocorre em meio a um cenário de turbulência para o governo. A polêmica sobre a fiscalização de transações do Pix acima de R$ 5.000 gerou uma onda de indignação, com a oposição acusando o presidente de planejar um controle financeiro e fake news espalhando rumores sobre taxação do sistema.
A inflação dos alimentos também tem corroído o apoio ao governo. A insatisfação aumentou após declarações desastrosas de Lula sobre o aumento dos preços, que foram vistas como um descaso com a realidade da população.
O impacto é devastador até em setores historicamente favoráveis ao PT. Entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos, a aprovação despencou de 44% para 29%. No Nordeste, tradicional reduto petista, a queda foi brutal: de 49% para 33%. Entre os que possuem apenas ensino fundamental, outro grupo-chave para o presidente, o índice de aprovação caiu de 53% para 38%.
A pesquisa não trouxe projeções para 2026, mas os números acendem um alerta vermelho no Planalto. Enquanto Lula busca conter o desgaste e fortalecer sua comunicação, a oposição se arma. Nomes como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e figuras do bolsonarismo digital, como Pablo Marçal e Gusttavo Lima, já aparecem como possíveis adversários para a sucessão presidencial.