Durante a audiência na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos sobre a liberdade de expressão no Brasil, ocorrida nesta terça-feira, 7, a deputada republicana María Elvira Salazar afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é um “operador totalitário”. Ela também criticou o presidente Lula, chamando-o de “condenado por corrupção”.
“Enquanto eu fazia minha pesquisa, cheguei à conclusão que o Brasil não apenas tem um condenado por corrupção como presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, mas agora tem um operador totalitário como chefe de Justiça da Suprema Corte, chamado Alexandre de Moraes”, disse a congressista, durante seu discurso.
Depois de ser aplaudida pelos presentes, María prosseguiu e disse que não há motivos para celebrar. “Coitados dos brasileiros, eles merecem muito mais”, continuou. “É o país mais importante, do ponto de vista econômico, para a América Latina. O Brasil merece algo melhor do que isso.”
Ela também exibiu uma foto de Moraes durante a sessão e expôs algumas das atitudes controversas do ministro. Um dos casos citados foi uma determinação de remoção de conteúdo, emitida pelo magistrado, para uma publicação que fala sobre o apoio de Lula ao ditador da Nicarágua, Daniel Ortega.
Câmara dos EUA solicita informações sobre violação dos direitos humanos e ‘abusos de autoridade’ de Moraes no Brasil
Antes de presidir a audiência no Congresso, o deputado republicano Chris Smith, presidente do Subcomitê de Direitos Humanos Globais da Câmara, escreveu uma carta à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para solicitar informações sobre as denúncias de violações de direitos humanos no Brasil.
“O Subcomitê foi informado de graves alegações de violações de direitos humanos cometidas por autoridades brasileiras em larga escala”, escreveu Smith para a presidente da CIDH, Roberta Clarke, e para o relator especial para a Liberdade de Expressão, Pedro José Vaca Villarreal.
O congressista afirmou que foram feitas “alegações críveis de violações em massa da liberdade de expressão, incluindo censura imposta através de abusos de autoridade judicial e repressão à veículos de mídia da oposição”. Ele pediu que as denúncias sejam devidamente apuradas, e que a CIDH compartilhe todas as informações disponíveis sobre as violações.
Smith também solicitou ao Subcomitê de Direitos Globais que seja informado sobre as ações que as autoridades e a CIDH planejam para lidar com a situação no Brasil, e que sugestões sejam feitas para que a Câmara dos Representantes possa ajudar o país da melhor maneira possível.