Presidente do Brasil durante alguns dos piores anos da economia nas últimas décadas, Dilma Rousseff (PT) recebeu o prêmio “Mulher Economista 2023”, concedido pelo sistema Cofecon/Corecons, formado pelo Conselho Nacional de Economia e pelos Conselhos Regionais de Economia.
Em nota divulgada no último final de semana, o Cofecon elogia Dilma como “renomada economista” e justifica a escolha pela “significativa contribuição para o desenvolvimento econômico e social do país ao longo de sua carreira”. Desde 2023, a petista é presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), chamado informalmente de “Banco do BRICS”.
Crise econômica e pedaladas
A presidência de Dilma Rousseff foi marcada por uma profunda recessão econômica, alta do desemprego e grave instabilidade política e social. Em 2013, ainda no primeiro mandato da petista, tiveram início os protestos devido à ampla insatisfação social com o governo federal, crise que se agravou nos anos seguintes, quando a Operação Lava Jato trouxe à tona uma enxurrada de escândalos de corrupção em todas as áreas da administração pública.
Em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro afundou 3,5%, o pior resultado em 25 anos — entre o início daquele ano e o final de 2016, a economia sofreu oito quedas trimestrais consecutivas.
A crise econômica e a gradativa deterioração do diálogo entre Dilma e o Congresso culminaram no impeachment da petista, em agosto de 2016, condenada pela abertura de linhas de crédito suplementar sem aprovação pelo Legislativo e pelas famigeradas “pedaladas fiscais”, quando o governo federal propositalmente atrasou repasses de recursos a bancos e às autarquias com o objetivo de maquiar o rombo nas contas públicas.