O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a possibilidade de o Brasil alcançar avanços significativos até o final do atual governo, em 2026. Em entrevista à GloboNews, ele mencionou setores estratégicos como inteligência artificial, biocombustíveis e créditos de carbono como pilares de um crescimento sustentável e competitivo.
Foco no Desenvolvimento Sustentável
Para Haddad, o país tem condições de aproveitar suas vantagens competitivas para impulsionar o crescimento econômico e melhorar a qualidade de vida da população.
“Se souber se beneficiar das vantagens competitivas que tem, nós temos a lei de inteligência artificial que passou pelo Senado, crédito de carbono que está sancionado, biocombustíveis, combustível do futuro, nova indústria do Brasil, programas bem estruturados para alavancar o desenvolvimento, eu acredito que nós podemos chegar bem em 2026, espero que até comendo filé mignon”, afirmou.
A fala, que utilizou uma metáfora gastronômica para ilustrar o possível aumento do poder de compra, rapidamente repercutiu entre apoiadores e críticos.
Desafios com o Governo Trump
O ministro também analisou o cenário econômico internacional, destacando as incertezas geradas pelo governo recém-eleito de Donald Trump nos Estados Unidos.
“Apesar do cenário externo ainda estar um pouco nebuloso, sobretudo em relação à política econômica que será aplicada pelo próximo governo, acredito que o Brasil está bem posicionado nesse contexto”, disse Haddad.
Dólar e Acomodação do Mercado
Outro ponto abordado foi o comportamento do dólar, que no final de 2024 ultrapassou R$ 6,20, refletindo a desconfiança do mercado em relação ao pacote de cortes de gastos apresentado pela equipe econômica. Após o que Haddad chamou de “acomodação natural”, a moeda recuou para R$ 6,10, o que foi celebrado pelo governo.
“Nós tivemos um estresse no final do ano passado, no mundo todo, e aqui no Brasil também. Mas é preciso entender isso como parte de um processo natural”, explicou.
Ceticismo Popular e Pesquisa Datafolha
Apesar do tom otimista, uma pesquisa Datafolha divulgada em 1º de janeiro revelou que a maioria dos brasileiros está cética quanto às diretrizes econômicas do governo:
- 61% acreditam que a economia está no caminho errado.
- 32% consideram que está no rumo correto.
- 45% disseram que a situação econômica piorou.
- 31% acreditam que permaneceu igual.
- 22% observaram melhora.
A percepção de desconfiança reflete os desafios que a equipe econômica enfrenta para reconquistar o mercado e a população.
Perspectivas para 2026
Com um discurso otimista, Haddad busca reafirmar o compromisso do governo com políticas estruturais que promovam desenvolvimento e inclusão. No entanto, a concretização da promessa de “filé mignon” dependerá de como o Brasil navegará entre os desafios internos e externos nos próximos anos.