Nesta segunda-feira (11), o juiz Eduardo Eugênio Siravegna Junior, condenou o deputado Rafael Tavares por um comentário irônico postado nas redes sociais. Em decisão, o magistrado considerou que o parlamentar cometeu crime de injuria racial.
A denúncia foi protocolada em 28 de maio de 2019 pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) e refere-se à publicação no Facebook do dia 30 de setembro de 2018.
Na época, o então líder do movimento EnDireitaMS, Rafael Tavares, militante bolsonarista, encontrava-se em período acirrado na disputa para presidência da República, em que Jair Bolsonaro liderava as pesquisas eleitorais.
Um militante de esquerda, contrário à eleição de Bolsonaro postou um suposto caso vivenciado na infância, onde ouviu de um homem a história sobre uma mulher que apanhou com caibro (pedaço de madeira) ao ser flagrada furtando mandioca. O caso foi narrado com satisfação pelo militante, que fez comparação, dizendo ser um risco eleger Bolsonado presidente na época, porque, segundo ele, o ex-presidente incentivava a violência.
Em resposta, Tavares comentou ironicamente: “Não vejo a hora do Bolsonaro vencer as eleições e eu comprar meu pedaço de caibro para começar meus ataques. Ontem nas ruas de todo o país vi muitas famílias, mulheres e crianças destilando seus ódios pela rua, todos sedentos por um apenas um pedacinho de caibro pra começar a limpeza étnica que tanto sonhamos! Já montamos um grupo no whatsapp e vamos perseguir os gays, os negros, os japoneses, os índios e não vai sobrar ninguém. Estou até pensando em deixar meu bigode igual do hitler. Seu candidato coroné não vai marcar dois dígitos nas urnas, vc já pensou no seu textão do face pra justificar seu apoio aos corruptos no segundo turno?”.
Ao MS Conservador, o deputado lamentou a perseguição que vem sofrendo:
“Em menos de 1 semana o PT mandou a Polícia Federal fazer busca na casa da minha assessora. O MPF pediu a cassação do meu mandato de Deputado. Agora, um Juiz me condenou por crime de ódio por fazer piada irônica no Facebook”, disse o parlamentar.
“Vão tentar de tudo para me destruir, mas esse é o preço que vou pagar por mexer no vespeiro de fiscalização na CASSEMS, de bater de frente com as raposas velhas do PSDB e por fazer oposição ferrenha ao PT. Vivemos uma ditadura no Brasil”, completou.
