O FBI e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos investigam a empresa chinesa ByteDance, responsável pelo TikTok, por suposto uso do aplicativo para espionar jornalistas norte-americanos.
A investigação estaria sendo conduzida pela Seção de Fraude do Departamento de Justiça junto à procuradoria do Distrito Leste da Virgínia. Os órgãos solicitaram informações à ByteDance sobre o acesso de funcionários do TikTok à localização e a dados privados de usuários. Em dezembro, a empresa admitiu que havia acessado impropriamente dados de jornalistas dos EUA. As informações são da revista Forbes.
Paralelamente, segundo a reportagem, o FBI também estaria conduzindo investigações para apurar práticas de vigilância indevida do aplicativo.
Questionada pela Forbes, a ByteDance negou que continuasse com a prática.“Condenamos veementemente as ações dos indivíduos envolvidos e eles não são mais empregados da ByteDance. Nossa investigação interna ainda está em andamento e cooperaremos com quaisquer investigações oficiais quando forem trazidas a nós”, disse uma porta-voz da empresa.
O TikTok –aplicativo focado em vídeos curtos– tornou-se alvo recente de uma desconfiança disseminada entre autoridades governamentais do Ocidente. O Canadá, a Comissão Europeia e os Estados Unidos já determinaram a exclusão do app de aparelhos oficiais por risco de roubo de dados sensíveis.
As restrições levaram o TikTok a considerar uma separação formal da ByteDance para se adequar às exigências para permanecer nos EUA, onde tem mais de 100 milhões de usuários ativos. O não cumprimento da exigência pode levar a Casa Branca a banir o serviço do país.
A segurança da rede social está sendo auditada pelo Comitê de Investimentos Estrangeiros dos EUA, ligado ao Departamento do Tesouro. A empresa chinesa tem concordado em implementar melhorias relacionadas à privacidade de dados e tempo de uso.
A China rejeita as acusações e alega que o governo norte-americano “espalha desinformação”, não apresenta evidências concretas de ilegalidades e difama o TikTok para prejudicar o produto de um concorrente de fora dos EUA.
“A China sempre acredita que a segurança de dados não deve ser usada como uma ferramenta para abusar do conceito de segurança nacional e do poder do Estado para prejudicar empresas estrangeiras”, disse o porta-voz da chancelaria chinesa, Wang Wenbin, na 5ª feira (16.mar).