A Justiça considerou que a Rede Globo de Televisão cometeu fraude na relação profissional que manteve com o jornalista Lair Rennó. Dessa forma, a emissora recebeu a condenação de pagar multa de R$ 9 milhões, a título de indenização, ao apresentador.
Rennó integrou a equipe do programa Encontro, de 2012 a 2020, período em que atuou como coapresentador da atração, sob comando de Fátima Bernardes. Ele deixou o canal de TV há três anos.
Ao processar a emissora, o jornalista alegou que não recebeu todos os direitos trabalhistas aos quais teria direito. Entre outros pontos, ele alegou que sempre prestou serviços como funcionário, mas só foi contratado sob regime da CLT em 2014. Antes disso, ele atuava no modelo de pessoa jurídica (PJ).
Como PJ, o jornalista passou por atrações da Globo em Minas Gerais e da GloboNews, informa o site NaTelinha. Antes, em 2001, trabalhou em telejornais da EPTV Sul de Minas, afiliada da emissora da família Marinho com base em Varginha (MG).
Dessa forma, Rennó solicitou o pagamento retroativo de benefícios como 13º salário e férias. Responsável por analisar o caso entre o jornalista e a emissora, o juiz Adriano Marcos Soriano Lopes, da 1ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, entendeu que a Globo cometeu fraude.
“A prestação de serviços do apresentador Lair Rennó, como pessoa jurídica em prol da Rede Globo ‘constituiu intuito apenas de fraudar a relação de trabalho por meio da pejotização’ (art. 9º da CLT)”, afirmou o magistrado, em trecho de sua decisão. Assim, ele determinou o valor com base no período em que o apresentador foi PJ: de 28 de julho de 2003 a 31 de março de 2004.
Lair Rennó não é o único jornalista a levar a Globo à Justiça
Até o momento, a Globo não se manifestou em referência à decisão da Justiça.
Lair Rennó não é o único caso de jornalista a reclamar na Justiça fraude no vínculo empregatício por parte da Rede Globo de Televisão. Em junho, o locutor esportivo Jota Júnior abriu processo contra a emissora, no qual pede pagamento de R$ 1 milhão.
No mês passado surgiu a notícia de que o canal de TV também foi alvo de processo judicial por parte de Iana Coimbra. Repórter e apresentadora da Globo Minas durante oito anos, ela alega que começou a sofrer perseguição a partir do momento em que anunciou sua gravidez. Também ex-Globo Minas, Carina Pereira ganhou o direito de receber R$ 1 milhão da empresa de comunicação — ela disse, por exemplo, que sofreu assédio moral de um ex-chefe.