O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu a agenda de compromissos oficiais nesta quinta-feira, 7, sem ir ao Rio Grande do Sul. O Estado tornou-se alvo de um ciclone extratropical nos últimos dias, que resultou na morte de pelo menos 40 pessoas.
Nesta tarde, Lula iniciou viagem rumo à Índia, onde participa do encontro do G-20 (grupo das 20 maiores economia do mundo). Mais cedo, o petista esteve no desfile de 7 de Setembro, em Brasília, para celebrar a Independência do Brasil.
O Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional reconheceu estado de calamidade pública em 79 cidades gaúchas. O ato facilita a transferência de recursos para atender a crise. Segundo a pasta, a partir de agora os gestores podem solicitar recursos emergenciais e verba para reconstrução da área destruída.
O que Lula ignorou: os estragos causados pelo ciclone
As chuvas, as enchentes e as cheias de rios deixaram um rastro de destruição no Rio Grande do Sul. Depois de mais de 70 municípios do Estado sofrerem danos em decorrência da passagem de mais um ciclone extratropical, o governador Eduardo Leite definiu a situação como similar a um “cenário de guerra”.
Ele proferiu a declaração ao visitar Roca Sales, uma das cidades mais afetadas pela tragédia climática. “Estamos muito impactados e emocionados com o que vimos”, disse Leite. “Mas precisamos ser fortes.”
O governador do Rio Grande do Sul afirmou ainda que vai direcionar recursos públicos para auxiliar na reconstrução de municípios do Vale do Taquari, região mais afetada pelas recentes tempestades. Em Roca Sales, Leite conversou com moradores e comerciantes. Depois, voltou para a capital Porto Alegre.
O cenário de guerra citado por Leite passa pelo número de mortos que os temporais e os alagamentos dos últimos dias provocaram. De acordo com o governo gaúcho, 37 mortes tinham sido confirmadas até a noite da quarta-feira.
Conforme comunicado do governo do Rio Grande do Sul, as mortes ocorreram em dez municípios do Estado:
- Muçum — 14;
- Roca Sales — 9;
- Lajeado — 3;
- Cruzeiro do Sul — 3;
- Estrela — 2;
- Ibiraiaras — 2;
- Mato Castelhano — 1;
- Passo Fundo — 1;
- Encantado — 1; e
- Santa Tereza — 1.
A tragédia no Rio Grande do Sul ainda conta com 2.319 pessoas desabrigadas. Além disso, há 3.575 desalojadas. Conforme autoridades locais, 1.777 pessoas foram resgatadas — e ainda há nove desaparecidos.
Leite decretou estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul. Por fim, o governo gaúcho também cancelou os desfiles do 7 de Setembro em todo o Estado.