Lula, que não usa nem o SUS, critica prefeitos que não colocam filhos em escolas públicas

Foto: Reprodução / © Ricardo Stuckert/PR

Lula, que se esquiva do SUS, agora se coloca como defensor da educação pública ao criticar prefeitos que, segundo ele, fazem propaganda dos serviços oferecidos nas cidades, mas não os utilizam. Em discurso dado em Brasília na terça-feira (10/2), o presidente fez duras críticas aos prefeitos que, apesar de falarem bem da educação, optam por colocar seus filhos em escolas particulares.

“Você chega em uma cidade e pergunta: ‘Prefeito, como é que está a educação?’ [Ele responde]: ‘Está maravilhosa, a educação aqui é fantástica’. ‘Prefeito, como é que está a saúde?’ ‘A saúde aqui é fantástica’. Aí você pergunta: ‘Seu filho estuda nessa escola fantástica?’ [E a resposta é]: ‘Não’. O filho dele está em uma [escola] que não presta, particular”, disse o presidente.

A crítica também se estendeu à saúde pública, com o presidente ressaltando o comportamento semelhante de prefeitos que elogiam o SUS, mas não fazem uso dele: ‘Você se atende no pronto-socorro que você acha que é espetacular?’ [O prefeito diz]: ‘Não, meu filho, eu levo em outro lugar’. Então, esse país não vai dar certo nunca. esse país só vai dar certo o dia que a classe média voltar para a escola pública. E [a classe média] só vai voltar para a escola pública quando ela melhorar”, emendou o petista.

Contudo, a postura do próprio Lula em relação ao SUS não passa despercebida. O presidente, que já foi alvo de críticas por não utilizar o sistema público de saúde, parece aplicar um padrão diferente aos prefeitos, enquanto se beneficia de serviços particulares para sua saúde.

No ano passado, o presidente Lula foi internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para a realização de uma cirurgia, o que gerou controvérsias devido à sua postura pública em defesa do SUS. Para muitos, essa incoerência levanta questões sobre a real intenção de suas declarações.

Lula finalizou defendendo a melhoria da educação pública como condição para que a classe média volte a utilizar essas instituições. “Esse país só vai dar certo o dia em que a classe média voltar para a escola pública. E só vai voltar para a escola pública quando ela melhorar”, afirmou, dando a entender que a mudança depende de um sistema mais eficaz – uma melhoria que, para ele, parece sempre estar por vir.

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