Através de seus advogados, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro informou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que pretende viajar na próxima quinta-feira (7) para prestigiar a posse do novo Presidente da Argentina Javier Milei.
O ministro havia determinado em maio, a apreensão do passaporte do ex-presidente brasileiro, quando determinou uma ação de busca e apreensão na casa de Bolsonaro no âmbito de investigações sobre fraude de cartões de vacinação da Covid-19. No entanto, os agentes não levaram o documento. Vale lembrar que para entrar na Argentina, basta o RG.
Na petição enviada pelos advogados de Bolsonaro (PL), Alexandre de Moraes é informado oficialmente sobre a viagem. Em um trecho divulgado pela FOLHA DE SÃO PAULO diz: ¨Em atenção às investigações em curso e com profundo respeito a este juízo, o peticionário Jair Bolsonaro vem aos autos informar que estará temporariamente ausente do país no período compreendido entre os dias 7 e 11 de dezembro¨. E completa: ¨A ausência se dará em razão de viagem a Buenos Aires, onde participará da cerimônia de posse de Javier Milei na Presidência da Argentina, a convite do próprio presidente eleito¨.
Assinam a petição os advogados, Paulo Bueno, Daniel Bettamio Tesser, Fábio Wajngarten, Saulo Segall, Thais de Vasconcelos Guimarães, Clayton Soares e Bianca Lima.
Conforme outro trecho do documento divulgado, a petição ainda afirma: ¨Comprometido com a Justiça e suas obrigações legais, anexa a esta petição as passagens aéreas de ida e volta, bem como o itinerário com os detalhes da viagem¨.
Nesta terça-feira (5), o governo federal informou que o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, é quem irá representar o governo brasileiro na posse de Milei. Na avaliação de fontes do Palácio do Planalto, a agenda internacional a Buenos Aires ficou inviável após o argentino ter convidado o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) para a posse.
O político argentino proferiu duros ataques a Lula ainda na corrida eleitoral. Mas, oficialmente, o governo federal preferiu tratar o assunto como incompatibilidade de agendas, justificando que o petista estaria muito cansado após uma série de viagens internacionais.
Assim que ganhou as eleições na Argentina, Javier Milei baixou o tom de críticas ao Brasil, que é o maior parceiro comercial do país na América do Sul. Na sequência, diplomatas argentinos fizeram uma romaria em Brasília para evitar a destruição de pontes na relação bilateral. Em uma dessas agendas, Mauro Vieira recebeu a carta com convite oficial de Milei endereçada ao presidente Lula.