O Ministério da Saúde encaminhou a Cuba uma carga de medicamentos para ajudar o país a enfrentar a crise de abastecimento de remédios. A solicitação foi atendida pelo governo brasileiro depois de um pedido que partiu da ditadura cubana.
Segundo dados fornecidos via Lei de Acesso à Informação, 11,8 mil ampolas de antibiótico doxiciclina foram enviadas em março deste ano. Agora, o Brasil prepara nova doação de cerca de 100 mil comprimidos do medicamento tenofovir alafenamida, um antiviral indicado para hepatite B. A informação foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Os medicamentos encaminhados ao país em março faziam parte de um lote que tinha prazo de validade até o fim deste mês.
“Informo que aquele ministério confirmou disponibilidade para atender à solicitação do governo cubano, sem comprometer o abastecimento nacional”, informou o Itamaraty em telegrama para a Embaixada do Brasil em Havana.
O Ministério da Saúde informou que o governo brasileiro faz doações de medicamentos, imunizantes e outros insumos de saúde a diversos países no âmbito da cooperação humanitária internacional, sob a coordenação da Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores.
Ainda conforme a pasta, as doações são realizadas depois de análise técnica que “assegure não afetar o abastecimento nacional” no âmbito do Sistema Único de Saúde.
O governo brasileiro informou que neste ano foram feitas doações para diversos outros países: Cabo Verde, Chile, Dominica, Guiana, Guiné-Bissau, Haiti, Palestina, Paraguai, Sri Lanka, Suriname e Trinidad e Tobago.
Lula se reúne com ditador de Cuba
Poucas semanas depois de receber no Brasil o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, o presidente Lula se reuniu com o ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel. O encontro foi no hotel Intercontinental Le Grand, em Paris, na quinta-feira 22.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, fontes que acompanharam o encontro disseram que Lula e Díaz-Canel conversaram sobre a dívida bilionária que Cuba tem com o Brasil, e o presidente brasileiro teria dito que vai revisar o valor devido.
A partir de 2009, nos governos Lula e Dilma, o Brasil liberou mais de R$ 600 milhões de financiamento para Cuba construir obras de infraestrutura, como o Porto Mariel, em Havana. Mas a ditadura de Cuba pagou apenas parte ínfima do empréstimo.
Venezuela e Moçambique também deram calote no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e o montante passa de US$ 1,2 bilhão.
Na reaproximação, os dois países nomearam embaixadores para elevar a representação diplomática em Havana e Brasília.
Díaz-Canel fez uma publicação no Twitter sobre o “encontro fraterno” com Lula. “Trocamos informações sobre os vínculos históricos entre nossos povos e países e o potencial para aumentar a cooperação em áreas de interesse mútuo. Temos grande concordância sobre questões atuais da agenda internacional”, afirmou o ditador.