Nesta terça-feira (17), o dólar atingiu um novo patamar de alta, sendo cotado a R$ 6,1709 às 10h22 e alcançando R$ 6,2008 às 12h01, uma variação de 1,72%. Em análise na GloboNews, a jornalista Míriam Leitão classificou o cenário como um “ataque especulativo” e relacionou parte da instabilidade econômica às decisões tomadas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante o programa, Míriam enfatizou que o comportamento do mercado financeiro não reflete a realidade econômica do país, afirmando que não há justificativa concreta para a disparada da moeda.
– Houve um tempo em que a gente chamava isso, Daniela [Lima], de ataque especulativo. Porque não tem nenhuma relação com os fatos. Porque concretamente não está acontecendo esse fim de mundo que o mercado financeiro está vendo – analisou.
A jornalista também destacou que, apesar da alta inflação, medidas como o pacote fiscal e o ajuste nos juros estão sendo adotadas para enfrentar os desafios econômicos. Segundo ela, não houve uma deterioração fiscal significativa nos últimos dois anos que justificasse o comportamento atual do dólar.
– O pacote fiscal faz mudanças, de fato, no ritmo de crescimento das despesas. O país vai ter, este ano, metade do déficit público que o mercado financeiro imaginava no começo do ano. (…) Não houve uma deterioração fiscal grave, nos últimos dois anos, que levasse a esse resultado – argumentou.
Além disso, Míriam apontou o impacto de uma “pedalada” fiscal deixada pela gestão anterior, ao citar o não pagamento de R$ 93 bilhões em dívidas judiciais vencidas, que acabaram sendo quitadas pelo governo atual.
– E digo mais: o governo Bolsonaro pedalou, deixou de pagar 93 bilhões de dívidas vencidas, dívidas judiciárias vencidas que tinha que pagar, e quem pagou foi o atual governo. Então, isso fez um déficit maior no ano passado. E neste ano vai ser um déficit muito menor do que no ano passado e, além disso, muito menor do que o próprio mercado esperava – afirmou.
Por fim, a jornalista também mencionou o impacto de eventos climáticos imprevisíveis, como as chuvas que castigaram o Rio Grande do Sul em abril, mas reforçou que não há justificativa para o que chamou de “histeria do mercado”.
– Não faz sentido esse dólar, não faz sentido essa histeria – concluiu.