A advogada Valeska Martins, mulher do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), assina a petição acolhida por Dias Toffoli, nesta quarta-feira, 6, para anular provas obtidas pela Lava Jato contra o presidente Lula. O petista moveu o processo em 2020. Valeska trabalhava com Zanin em 2018, quando a Polícia Federal prendeu Lula.
Valeska é coautora do livro Lawfare: uma introdução, escrito com Zanin, no qual explicam a tese segundo a qual o Poder Judiciário é instrumentalizado para perseguições políticas. De acordo com o casal, Lula era vítima de uma estratégia que visava caçar os direitos políticos, por meio da própria Justiça, citada por Toffoli, na decisão de hoje.
Atualmente, Valeska atua em 14 processos no STF.
Decisão de Toffoli a favor de Lula
Na manhã de hoje, Toffoli anulou provas da Odebrecht, obtidas pela Lava Jato por meio de delações, e afirmou que a prisão de Lula foi “um erro histórico”.
“Tratou-se de uma armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado por meios aparentemente legais, mas com métodos e ações contra legem”, afirmou Toffoli. “Digo sem medo de errar: foi o verdadeiro ovo da serpente dos ataques à democracia e às instituições que já se prenunciavam em ações e vozes desses agentes contra as instituições e ao próprio STF. Ovo esse chocado por autoridades que fizeram desvio de função, agindo em conluio para atingir instituições, autoridades, empresas e alvos específicos.”