O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), está com a agenda cheia em abril. O número de compromissos pode, inclusive, atrapalhar a realização da primeira sessão do Congresso Nacional — em que será lida a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. Em 20 de abril, o senador mineiro vai palestrar em um evento do Lide, grupo de empresários fundado pelo ex-governador João Doria.
A Lide Conference Brazil vai acontecer em Londres, na Inglaterra. Assim como os outros convidados, Pacheco deve falar sobre o seguinte tema: as oportunidades do Brasil no Reino Unido e na União Europeia. Inicialmente, a leitura da CPMI aconteceria entre 11 e 14 de abril.
Oeste noticiou, contudo, que o senador mineiro está na comitiva que vai à China em 11 de abril com o presidente Lula. Dessa forma, a instauração da CPMI ficou para a segunda quinzena do mês. Com a viagem à Inglaterra, no entanto, não é possível saber quando Pacheco vai instalar o requerimento.
Não é de hoje que o presidente da Casa tenta adiar a leitura do pedido. A primeira data sugerida por Pacheco só foi divulgada quase um mês após o requerimento da CPMI ser protocolado. Enquanto Pacheco não instala a comissão, o governo do presidente Lula tenta minar a CPMI — por exemplo, represando a liberação de emendas parlamentares.
Os parlamentares da oposição, que apoiam a CPMI, pretendem entrar com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal contra Pacheco, caso ele não instale a comissão na data prevista inicialmente: entre 11 e 14 de abril.
O objetivo da comissão é apurar os responsáveis pelos atos de vandalismo registrados nas sedes dos Três Poderes. A CPMI do 8 de janeiro quer investigar se houve leniência do governo com quem destruiu prédios públicos. O pedido conta com o apoio de 192 deputados e de 37 senadores.