O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na sexta-feira 25 plano para desenvolver a agricultura. A ação, porém, não será voltada aos produtores brasileiros. A ideia do petista é fortalecer o setor em Angola.
O plano de Lula foi anunciado depois de encontro com o presidente angolano, João Manuel Lourenço. De acordo com o brasileiro, haverá, a partir de agora, parceria de trabalho entre os ministérios voltados à agricultura dos dois países.
O objetivo principal será, nas palavras de Lula, “promover uma revolução agrícola no país africano” para garantir o crescimento econômico e a segurança alimentar da população.
“Enfrentamos [Brasil e Angola] desafios semelhantes”, disse Lula, segundo a Agência Brasil. “Hoje, temos conhecimentos tecnológicos e políticas públicas para compartilhar com Angola.”
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O presidente brasileiro tem os olhos voltados para a região do Vale do Rio Cunene, que historicamente sofre com o problema da seca. Lula o comparou com o Vale do Rio São Francisco.
O Brasil já desenvolve uma ação na localidade, que visa a ampliar a agricultura local, por meio de técnicas de plantio e de irrigação similares às adotadas no Vale do Rio São Francisco. A iniciativa conta com a participação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O programa para promover o desenvolvimento agrícola da Angola vai reunir 25 ações. A iniciativa incluirá desde pesquisa agropecuária até capacitação para a implementação de políticas de crédito para pequenos produtores.
Para viabilizar essas iniciativas, os países vão buscar parcerias no setor privado brasileiro, destinadas a completar a estrutura de irrigação necessária para Angola.
Visita de Lula a Angola

Lula afirmou, ainda, que o Brasil deve ajudar a Angola a sua diversificar a economia por meio de um intercâmbio bilateral.
Lula e João Manuel se encontraram em duas ocasiões. A primeira foi uma reunião privada, enquanto a segunda contou com a participação de outros representantes dos dois países.
Ao todo, os governos brasileiro e angolano assinaram sete acordos de cooperação nas áreas de diplomacia, turismo, saúde, agricultura, educação, apoio a pequenas e médias empresas e promoção de exportação.