O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela citou a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022 para validar a “reeleição” de Nicolás Maduro, nesta quinta-feira, 22. A Corte confirmou os dados previamente divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
“Outras nações, no exercício soberano de sua jurisdição, se pronunciaram sobre controvérsias decorrentes de eleições”, disse Caryslia Beatriz Rodríguez-Rodríguez, presidente do TSJ. “Foi o caso no processo eleitoral realizado no Brasil, em 30 de outubro de 2022, quando foram apresentadas denúncias sobre uma suposta fraude eleitoral, que ensejaram a intervenção do TSE, que tomou decisões para recuperar a tranquilidade social.”
Caryslia discursou para anunciar os resultados da fiscalização das atas. A presidente do TSJ disse que especialistas analisaram todas as atas eleitorais para confirmar os dados divulgados pelo CNE.
“Esta sala valida os resultados da eleição presidencial de 28 de julho divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral, onde o cidadão Nicolás Maduro Moros foi reeleito presidente da República Bolivariana da Venezuela”, declarou Caryslia.
A oposição questiona os resultados eleitorais que deram vitória ao ditador da Venezuela. A contagem paralela, realizada pela oposição, mostra que o vencedor é o candidato Edmundo González. Eles utilizaram as atas divulgadas pelo próprio CNE para fazer a contabilidade.
Nações não reconhecem reeleição de Nicolás Maduro
Além dos protestos internos, a condução das eleições pelo órgão alinhado a Maduro gerou reações de outras nações e organizações internacionais. As instituições também não reconhecem a reeleição do ditador e cobram a divulgação de todas as atas.
Nesta quinta-feira, o TSJ disse que o candidato Edmundo González Urrutia desrespeitou a Justiça, o que pode resultar em sanções. De acordo com a Corte, González não compareceu a nenhuma das fases do processo eleitoral para as quais foi convocado.
Mais cedo, González afirmou no Twitter/X que nenhuma decisão judicial substitui a vontade popular. Depois do anúncio da Corte, o líder da oposição disse que o Estado deve respeitar a decisão do povo.
“O país e o mundo conhecem a sua parcialidade e, portanto, a sua incapacidade para resolver o conflito”, afirmou González, em relação à Corte. “A soberania reside de forma intransferível no povo. Os órgãos do Estado emanam da soberania popular e a ela estão sujeitos.”