Zelensky muda o tom e diz que está pronto para fazer acordo com Trump

Foto: Reprodução / Lusa

A recente declaração do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sobre sua disposição para negociar um acordo de paz com a liderança de Donald Trump marca uma mudança significativa na postura ucraniana em relação ao conflito com a Rússia. Em carta divulgada nesta terça-feira (4) na plataforma X, o líder ucraniano enfatizou a necessidade de iniciar conversas o mais breve possível, propondo medidas concretas para a redução das hostilidades.

Entre as propostas mencionadas por Zelensky estão a liberação de prisioneiros, a proibição de ataques a infraestruturas civis e um cessar-fogo limitado ao mar e ao espaço aéreo. No entanto, qualquer possibilidade de acordo esbarra na posição russa, que não demonstra intenção de recuar de suas ofensivas militares, especialmente na região de Donetsk.

Mudança de postura após reunião tensa

A nova abordagem de Zelensky ocorre dias após um encontro conturbado com Donald Trump e o vice-presidente J.D. Vance na Casa Branca. A reunião, que inicialmente deveria tratar da cooperação em recursos minerais entre os dois países, rapidamente escalou para um embate verbal. Trump criticou a insistência de Zelensky em culpar a Rússia pelo conflito e sugeriu que o líder ucraniano deveria ser mais grato pelo apoio dos EUA.

O momento de maior tensão ocorreu quando Trump afirmou que, sem a ajuda norte-americana, a guerra na Ucrânia teria terminado em duas semanas. Zelensky rebateu ao lembrar que Putin havia feito previsões semelhantes no início da invasão. A reunião terminou abruptamente com Trump declarando: “Acho que já vimos o suficiente. Isso vai ser ótimo na TV.” O acordo de cooperação não foi assinado e Zelensky deixou a Casa Branca antes do previsto.

Repercussão internacional e pressão sobre a Ucrânia

A postura de Trump gerou reações imediatas. Enquanto líderes europeus manifestaram apoio a Zelensky, elogiando sua busca por paz, autoridades russas comemoraram a postura de Trump. Para agravar ainda mais a situação ucraniana, Trump anunciou, nesta segunda-feira (3), a suspensão de toda a ajuda militar dos EUA à Ucrânia, pressionando Kiev a demonstrar um compromisso mais enfático com as negociações de paz.

A carta divulgada hoje por Zelensky sinaliza uma tentativa de mitigar as conseqüências dessa decisão e reabrir espaço para o diálogo com Washington. Contudo, as condições exigidas por Moscou, como a aceitação da anexação de territórios e a desmilitarização da Ucrânia, continuam sendo inaceitáveis para Kiev.

Diante desse cenário, resta saber se a nova abordagem de Zelensky será suficiente para convencer Trump a reavaliar sua decisão e se a Rússia estará disposta a participar de um novo processo de negociação.

Fonte: Pleno.News

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